segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Problemas posturais



Problemas posturais

Diante dos problemas comumente enfrentados na sociedade em que se vive, o corpo humano, de forma geral, está envolvido numa complexa fusão entre os aspectos físicos, psicológicos e sociais aos quais se inserem num entendimento mais completo de saúde, contrapondo a uma visão puramente mecanicista, que entende o corpo humano como uma verdadeira máquina e que pode ser completamente visualizada e compreendida de acordo com o funcionamento e organização de suas peças.

Por milhares de anos a estrutura corporal do ser humano vem sofrendo uma evolução natural, estando intimamente ligada à evolução antropológica. Este processo evolutivo resultou da passagem da posição de quadrúpede para a de bípede, ocorrendo um processo progressivo de alteraçõ,es anátomo-fisiológicas. A cabeça teve que se equilibrar na porção superior da coluna, permitindo que os olhos ficassem voltados para frente e o tronco equilibrou-se sobre os membros inferiores, por meio da cintura pélvica, apoiando-se no espaço ocupado pela planta dos pés (14).

A quase totalidade dos problemas posturais tem sua origem na infância, principalmente aqueles relacionados com a coluna vertebral causados por traumatismos, fatores emocionais, sócio-culturais e de ordem hereditária (3).

Assim é que o complexo organismo humano se relaciona com o mundo movendo-se. Quando o corpo se movimenta, os sentidos captam informaçõ,es. As terminaçõ,es neurais enviam informaçõ,es para os córtices sensoriais da visão, da audição, do paladar, do olfato e das sensaçõ,es somáticas. Os sentidos possibilitam ler o mundo. Os movimentos do corpo "certos" ou "errados" são determinados socialmente, indicando o comportamento adequado. Na adolescência, o aluno do Ensino Médio encontra-se exposto a algumas circunstâncias como, problemas musculares, distúrbios respiratórios, depressão, ansiedade, frustração, estresse, etc, sua inclusão em programas escolares que valorizem o aprendizado de prática de exercícios para um bom condicionamento cardiovascular, para um bom equilíbrio emocional, flexibilidade, alongamentos, relaxamento e exercícios de compensação com objetivos profiláticos, torna-se imprescindível.

A fase da adolescência é demasiadamente conturbada pelas diversas alteraçõ,es que naturalmente ocorrem devido ao desequilibrado crescimento e desenvolvimento, possibilitando, então, o surgimento de problemas posturais bastante numerosos. Neste período, a postura normal, é sensivelmente afetada pelo chamado "pico de crescimento", fase onde as alteraçõ,es ocorrem com maior freqüência.

É nesse período de pico de crescimento que a coluna vertebral se desenvolve com maior rapidez, provocando, algumas vezes, um crescimento desigual das vértebras ou um desenvolvimento desequilibrado da musculatura dorsal. Tendo essas desigualdades e descompensaçõ,es se instalado no indivíduo, a chance de alteraçõ,es da curvatura do tipo escoliose fatalmente surgirá.

Segundo KENDALL et al. (1999), "a boa postura é um bom hábito que contribui para o bem-estar do indivíduo." O autor afirma ainda que "de outro modo, a má postura é um mau hábito e, infelizmente, é de incidência mais alta.." E prossegue:

"Se a falha postural fosse meramente um problema estético, as questõ,es sobre ela seriam limitadas a problemas sobre aparência. Mas os defeitos posturais que persistem podem dar origem a desconforto, dor ou incapacidade. A amplitude de efeitos desde o desconforto até o problema incapacitante relaciona-se com a gravidade e persistência dos defeitos"

A má postura dificulta os movimentos, já que os músculos sofrem tensão, e a circulação ocorre lentamente devido à compressão dos vasos sanguíneos pelas fibras musculares, comprimindo também as vértebras umas sobre as outras, acentuando-se as curvaturas dorsais e lombares ( 6).

A Educação Física (EF) tem sido quase sempre, como constatado em algumas escolas, direcionada para uma abordagem tática das modalidades esportivas, e conseqüentemente, dando a entender ao aluno, que a prática do desporto está baseada no comportamento estratégico priorizando aqueles alunos que dominam os fundamentos esportivos, ficando todo o processo então, com características elitistas ou recreativas na maior parte das aulas do ensino médio. Os alunos muitas vezes freqüentam as aulas de maneira descompromissada com o que está sendo ensinado, por não possuírem a performance requerida em tais circunstâncias.